segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Haja pachorra para tipos destes :))



http://melodymaker.posterous.com/the-reason-some-girls-stay-single-very-funny

O maior discurso de sempre da nossa Patita :)

E foi assim que a Patita comunicou a sua aventura de compras (aquando do meu aniversário) em que, pelos vistos, foi sozinha. É mulher de coragem, sim senhora! :)
Para quem a conhece sabe, como disse a Stelita, que nunca tinha lido mais de 5 linhas de um email dela. Pessoalmente, fico emocionada. Isto revela muito amor e carinho :)
Amei! Vocês são todas lindas!

«Bom dia fofinhas mais lindas da Pati,


Ontem, depois de percorrer três vezes os corredores do CascaiShopping, consegui, finalmente, comprar a prenda da nossa bebé.
Não foi fácil, longe disso, dado o grau de exigência da aniversariante. Fiz o melhor que pude e, acho, modéstia à parte, que fui bem sucedida - (se não o fui, a Cris sempre pode trocá-la, afinal, lembrei-me de pedir o talão de aniversário e tal).
Bem, vamos a contas...
Compramos-lhe uma mala preta sem bué de cenas na Benetton ao (preço dos olhos da cara-parte censurada).
Entretanto... pensei que só a mala, apesar da sua excelente qualidade, era pouco e lá me estiquei mais um bocadinho (tendo em conta o preço da mala mais linda do CascaiShopping). Os cintos foi para esquecer. É muito difícil comprá-los sem a pessoa estar presente. Eu bem que os experimentei mas como não me serviam, calculei que também não serviriam à Cris. Desisti. Aquilo dos buracos extra, do tamanho da presilha, dos cm... muito complicado.
Socorri-me da lista facultada pela próxima 33, no entanto, tudo o que lá estava ultrapassava em muito o nosso poder de compra. Foi então, nesse momento de indecisão, que... vi ao longe a Rituals. Uau! E lá fui eu, carregada com a caixa da Benetton (muito pesada... só um bocadinho pesada para falar a verdade, mas há que dar um certo dramatismo à história), a correr muito depressa - já era bué tarde e estava farta de lá estar (o meu ódio a centros comerciais é gigantesco).
Isto tudo para dizer que comprei umas velas aromáticas muito, muito fixes e de excelente qualidade (há que reforçar a ideia de que tudo o que compro é de excelente qualidade) - não estavam na lista, é certo, mas ela gosta dessas cenas que eu sei. As velas custaram uns exorbitantes (olhos da cara- parte censurada) A soma das duas prendas a dividir por seis dá (os olhos da cara-parte censurada)... pronto, já disse. Ufa!

PS: Qualquer reclamação, façam-na às restantes intervenientes. A minha parte está feita.
PS2: Depois de almoço, envio o NIB. Beijinhos»

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Miss Imperfeita

(Texto na Revista do Jornal O Globo)

'Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes.
Sou a Miss Imperfeita, muito prazer.
A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe, filha e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado, decido o cardápio das refeições, cuido dos filhos, marido (se tiver), telefono sempre para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos e ainda faço as unhas e depilação!
E, entre uma coisa e outra, leio livros.
Portanto, sou ocupada, mas não uma workholic.
Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.
Primeiro: a dizer NÃO.
Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada, aliás.
Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.
Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros.
Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.
Você não é Nossa Senhora.
Você é, humildemente, uma mulher.
E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo.
Tempo para fazer nada.
Tempo para fazer tudo. Tempo para dançar sozinha na sala.
Tempo para bisbilhotar uma loja de discos. Tempo para sumir dois dias com seu amor.
Três dias.
Cinco dias!
Tempo para uma massagem.
Tempo para ver a novela.
Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.
Tempo para fazer um trabalho voluntário.
Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.
Tempo para conhecer outras pessoas.
Voltar a estudar.
Para engravidar.
Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.
Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.
Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.
Existir, a que será que se destina?
Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.
A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.
Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si. Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!
Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.
Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.
Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.
Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores. E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante'
Martha Medeiros - Jornalista e escritora